segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Gravida de palavras!

Estou grávida!
Grávida de parágrafos, frases, palavras, verbos, metáforas, adjectivos, reticências, pontos de exclamação, pontos de interrogação e ponto final.
Ufa! Canso-me de correr tão depressa entre letras que me penetram o útero do pensamento.
Como qualquer MULHER grávidA que se preze, paro para respirar fundo, não vá parir tudo de uma vez e abortar componentes linguísticos sem sentido ou fundamento algum que se espalham no papel por entre as borras esanguentadas da caneta velha que teima em dar à luz de quando em vez por entre as trevas oponentes que abafam a criatividade dos vivos e grávidAs.
Seguro, aperto-me e guardo para mim metade das palavras que poderia parir nesta gravidez que se me atomou.
Às vezes escolho as mais bonitas, outras vezes as mais gentis e são tantas as vezes que me saiem sem querer as palavras que prometo que nunca te direi.
Então, pego no papel e rasgo-o, em pedaços, torno as palavras em coisas sem significado, para o caixote dos papéis.
O meu caixote dos papéis torna-se então na barriga de aluguer para as palavras que escolhi não te dizer, quando na verdade deverias ser a minha cama e vontade de parir!!!

So no tempo e espaço serei apta de capacidades alem das minhas torturas de nao te falar, contar e clarificar.

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