sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Presente e näo futuro

Nunca mais o amor puro e perfeito que tu me deste. Nunca mais amar alguém tão deliciosamente errado como tu.
Nunca mais o coração tão leve, a querer saltar-me do peito para ir a correr atrás do teu, os batimentos de ambas perfeitamente sincronizados.
Não mais as tuas palavras de poeta - o nome que não gostavas que te chamasse.
Não mais todos os gestos que tínhamos, todas as brincadeiras que criámos, tudo aquilo que nos definia e que era só nosso. Agora são apenas recordações no vento.
Não mais.
Nunca mais o mistério de quem tu és.
Não mais o tentar adivinhar-te o pensamento, não mais essa caixinha de surpresas que me amarrou a ti com os laços de um amor tão forte. Nunca mais a magia do teu olhar no meu, as palavras a fluir sem voz.
Não mais a tua silhueta colada à minha. Nunca mais o silêncio das nossas tardes onde se dizia tanto sem falar, tentando agarrar o tempo que corria indiferente às saudades. Nunca mais as nossas músicas, os nossos momentos, as nossas memórias. Não mais olhar para ti e sentir-te minha.
Não sei o que o futuro me reserva; não sei se um dia poderei olhar para estas palavras, novamente segura no conforto dos teus braços, e dar graças, porque afinal estava tão errada.
Não sei que surpresas ainda virão.
Mas hoje, hoje vivo na angústia desta ideia:
Tu, não mais.

Sem comentários: